domingo, 13 de junho de 2010

Duvidas...


Uma certa manhã de pouca idade ao acordar Ela percebeu que tinha que decidir. Sentou sozinha em sua cama, cruzou as pernas e olhou pela janela as nuvens de flocos de uma manhã de sol... E resolveu para onde ia caminhar, ia rumo ao sol... Claro que como todas as pessoas, ela tinha muitas opções, mas decidiu pelo futuro promissor e colocou as realizações pessoais numa caixa, realmente pessoal. Começou a caminhar apesar de querer correr... Coisa típica da idade. As conquistas vieram com o tempo e a quantidade de passos dados. Caminhou o suficiente e parou. Pensou. A cada momento procurou na estrada todos os trejeitos que sempre a empolgaram e a fez escolher esse caminho, ainda belo, mas nada empolgante. Mesmo a contragosto: Ela continuou caminhando. Passo após passo. Andou... E se perdeu em seu próprio caminho... Como é que pode se perder em uma escolha?!Juro que aconteceu. Ela prosseguiu. Tantas dúvidas trepidavam em sua cabeça que á levavam em pernas bambas: nem parava nem caminhava com firmeza. Até que um dia, não apenas a paisagem não a empolgava, mas o sol passou a queimar sua pele, vincos surgiram em seu rosto e seus cabelos perderam o viço. Cansaço. Sentou, pegou a caixa de escolhas e a namorou longamente. Pensou a quantidade de caminhos que tinham ali, frescos e tão belos. Voltou a caminhar e a cada nova dificuldade do caminho cantarolava as belas canções das outras opções e cada vez mais eles lhe enchiam os olhos, os sentimentos, as perspectivas de futuro, lhe completavam a vida... Melhor era fugir para o mundo imaginário de um caminho melhor e lamuriar e lamentar e simplesmente ignorar o caminho inicialmente escolhido... Qualquer opção era melhor do que abrir os olhos e ter novamente aquela paisagem á frente. E não quis nem saber, decretou greve de passos... Deitou e passou longos dias olhando o céu. Angustia. Após devanear o quanto pode; se auto-sabotar o quanto pode; chorar, resmungar o quanto pode: Ela resolveu raciocinar (mãe das boas decisões). Conclusão: Ela entendeu que não existe bom sem defeito que tudo fica mais fácil quando é feito de bom grado e que aprender a terminar o que se começar, fechar ciclos é adquirir maturidade. Viver de começo é um grande perigo. Tudo no começo é atraente, virtuoso. Dá uma boa observada no caminho escolhido, procurar sua beleza: É isso que Ela faz no momento. Não significa que a caixa de escolhas foi lançada ao mar do esquecimento, mas cada coisa é primária e secundária ao seu tempo e Ela já entendeu isso. Pode ser que, mais uma vez, Ela esteja procurando a flor no asfalto, mas escutar a lógica e a razão têm a feito dormir em paz e é o que, no fim das contas, importa. Olhar pra trás e recomeçar são desejos capciosos, costumam andar de mãos dadas com a Precipitação por ai, todo mundo comenta e Ela sabe disso também. Bem, Ela já limpou a poeira dos joelhos e do vestido e é melhor recomeçar a caminhar o quanto antes porque a estrada é longa... E sem olhar para trás dessa vez.

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